Por: Roxana Knobel
Com essa discussão toda sobre estudar/ aprender
episiotomia, fui fazer uma rápida busca no pub med.
Embora eu e as evidências estejamos convencidas que
episiotomia de rotina deve ser abolida (1,2), e eu esteja convencida de que NUNCA
(ou quase nunca) é necessária (1), há um hiato no conhecimento atual sobre em que
momentos esse procedimento poderia ser necessário.
Um estudo interessante que avaliou as razões por que uma
parteira faria uma episiotomia, aventou a necessidade de treino como uma das
respostas (3). Não consigo entender para que um profissional deve ser treinado e
realizar um procedimento que está caindo em desuso.
Alguns estudos mostram que Midwifes podem ter
dificuldades em realizar suturas perineais. Que pode haver uma lacuna de
conhecimento que deveria ser preenchida de técnicas cirúrgicas para sutura.
Isso seria importante para garantir a continuidade do cuidado, assim, as
mulheres não precisariam ser transferidas para cuidados médicos apenas para
sutura (4).
Para melhorar esse conhecimento, um bom conhecimento de
anatomia e de técnica de anestesia e sutura podem melhorar significativamente a
capacidade de parteiras de suturarem períneos. Propõe-se algumas intervenções,
como oficinas de treinamento e pacotes de treinamento (incluindo ensino à
distância) (5,6).
Assim, não há necessidade de cortar períneos alheios
apenas para treinamento, é antiético, fere os princípios básicos do cuidado, é
contra as evidências e o conhecimento pode ser perfeitamente adquirido de
outras maneiras menos nocivas (3,5,6).
1.
Knobel R, Takemoto M, Jones R, Amorim M. Avoiding episiotomy is the best
strategy to prevent OASIS: response to the article “Episiotomy characteristics
and risks for obstetric anal sphincter injuries: a case-control study”. BJOG.
2012;119(9):1148. doi:10.1111/j.1471-0528.2012.03391.x.
2.
Carroli G, Mignini L. Episiotomy for vaginal birth. Cochrane Database Syst Rev.
2009;(1):CD000081.
3. Wu
LC, Lie D, Malhotra R, et al. What factors influence midwives’ decision to
perform or avoid episiotomies? A focus group study. Midwifery.
2013;29(8):943–9. doi:10.1016/j.midw.2012.11.017.
4.
Dahlen HG, Homer CSE. What are the views of midwives in relation to perineal
repair? Women Birth. 2008;21(1):27–35. doi:10.1016/j.wombi.2007.12.003.
5.
Mahmud A, Kettle C, Bick D, et al. The development and validation of an
internet-based training package for the management of perineal trauma following
childbirth: MaternityPEARLS. Postgrad Med J. 2013;89(1053):382–9.
doi:10.1136/postgradmedj-2012-131491.
6.
Selo-Ojeme D, Ojutiku D, Ikomi A. Impact of a structured, hands-on, surgical
skills training program for midwives performing perineal repair. Int J
Gynaecol Obstet. 2009;106(3):239–41. doi:10.1016/j.ijgo.2009.04.014.